quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Bullying, uma outra abordagem.


O bullying é um assunto que estorou nos últimos anos, nas alas pedagógicas, na mídia e até mesmo nas escolas entre os estudantes. Está sendo tratado com muita insistência e até mesmo famosos como Justin Bieber se engajaram na campanha. A intenção é sempre boa, mas até que ponto sabem tratar esse assunto? Até que ponto propagandas, palestras, workshops vão solucionar o problema? E o que se assimila de campanhas teóricas?
Há várias perguntas a se fazer porque há falhas no modo de se abordar o assunto. A primeira falha vem do fato de internacionalizar essa palavra e não a traduzir devidamente na palavra que lhe cabe: o termo bullying vem da palavra "valentão" em inglês e quer dizer violência física e psicológica praticada intencionalmente e repetidamente contra pessoas incapazes de se defender, tanto por um agressor ou por um grupo, que pode também estar sofrendo o mesmo. O bullying não é só na escola, local onde acontece na maioria das vezes, mas na própria casa, na rua e nos lugares onde a vítima costuma frequentar. Geralmente se estende pela internet, em sites de relacionamentos, em blogs, em canais de vídeos e em diversos campos online.
O maior erro na abordagem do bullying é tratá-lo como ações momentâneas singulares. O bullying é um vivência de humilhações num ambiente em que a vítima é obrigada a frequentar e que estas, ao não saberem reagir corretamente, se calam em meio disso e começam a ter déficit de atenção, perder confiança no que é e no que faz, perder a noção do convívio social, desenvolver depressão e muitas outras coisas que elas vão carregar para o resto da vida.
Quando um país tem um alto índice de mortes por acidente de trânsito e quando este é ocasionado por motoristas embriagados, como é que este país reage? Com aumentos de multas, de pontos perdidos na carteira e na diminuição da tolerância do álcool no organismo do motorista e prisão para os que estiverem embriagados. Ou seja, aumenta-se a punição para tal infração acarretadora de terríveis consequências. Por que não fazer o mesmo com uma situação igualmente perigosa? Um jovem de 19 anos nos EUA foi encontrado morto depois que um vídeo dele tendo relações com outro homem circulou na internet e este jovem não suportou a humilhação e se matou. E o que aconteceu com os alunos da faculdade que publicaram o vídeo? Bem, estão vendo se eles vão ser expulsos.
Eu, como ocasional vítima de bullying, sim...ocasional, porque eu não deixava me humilhar sem fazer nada, eu tive sorte de saber reagir diferente do comum e aprender a me impor, o que não cessou, mas diminuiu. Porém, via os famosos "valentões" muitas vezes não serem nem chamados atenção e quando eram, sofriam leves punições como recreios confiscados, advertências e outras besteiras que não consertam a má ação de aluno nenhum. Humildemente, acho que a maior reação que pais, escola e até mesmo o governo deve ter com respeito ao bullyng é a união de forças e a devida punição para qualquer um que o pratique, seja na escola, na internet, na rua. E principalmente, a educação dada pelos pais em casa, que forma a personalidade do filho.
E para vocês que acham que uns tapinhas na escola ensinam a ficar mais "esperto", pesquisem mais, veja a dimensão desses "tapinhas" e ensinem seu filho a respeitar a qualquer um, seja como e quem for. Porque disso, todos são dignos.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Ignorar, Algo Mais Sutil Do Que Imaginávamos.



Somos ou o fazemos, na maioria, sem darmos conta, por mais que abominemos o fato, o cometemos e mais: o repetimos. Deixamos alguém absorto num mundo de uma mente inilegível, de um coração furtivo que por mais que dane-se a bater não é escutado, não é notado, não é de ciência alguma.
Ao menor gesto ou palavra e até mesmo sua ausência, remetemos quem gostamos, ou não, ao mais completo "modo mudo". E o motivo de tantos insidentes como este é simplesmente a falta de tato, pois o ser humano é feito de pequenas particularidades que, apesar do tamanho, são significativas e quando não levadas em consideração começam a anular a simples real presença evidente de quem quer que seja.
Assim com o mundo dando menos valor ao ser humano e esquecendo completamente a necessidade mínima que cada um tem de receber, vamos atropelando pessoas, apertanto o botão "mute" e calando aquilo que não nos interessa. E o pior vem agora, calamos também aqueles que gostamos, deixamos de ouví-los, e aí quando damos por sua falta o pior já aconteceu.
Mas felizmente, ignorar alguém não é um quadro irreversível, podemos voltar a ouví-los, é só darmos atenção às suas particularidades de modo sincero. E é importante que fique claro, não necessitamos viver pisando em ovos para não ignorar as pessoas que gostamos. Ouvir, notar, importar-se é algo natural que surge para com a pessoa que queremos bem e o próprio signficado dessa palavra já é bem esclarecedor. Então vamos dar mais lidas no dicionário e perceber se estamos de acordo com o verdadeiro intúito da palavra, e ao vê-la vocês se daram conta de todo a coerência desse texto:



IGNORAR
(ig-no-rar)
v.t.

Não saber, não conhecer: a ninguém é permitido ignorar a lei.

Não conhecer por experiência; não praticar: ignorar a desgraça, a mentira.

v. pr.

Desconhecer-se a si próprio.

Fonte: www.diconarioweb.com.br